Nos
dias 14 e 15 de Abril de 2012 realizou-se no Centro de Formação João Paulo II a
Assembleia Diocesana da Pastoral Familiar, tendo a representação das Paróquias
e dos Movimentos que evangelizam com família, na Diocese de Caçador. Este
evento teve assessoria do Casal Marivone e Volnei, Coordenadores do Regional
Sul IV e Vice-coordenadores Nacional da Pastoral da Família no Brasil. Dom
Severino com sua calorosa presença e motivador deste processo, Bispo
referencial da Pastoral Familiar, Pe. Valmor, assessor eclesiástico da Diocese,
Pe. João Casara, coordenador diocesano das pastorais e a equipe de coordenação
Diocesana da pastoral. Entres as diversas atividades realizadas, tiveram
momentos de reflexão sobre o que é
Pastoral Familiar e seus objetivos, trabalho em grupo, reflexões sobre o que
temos e o que falta em cada paróquia. Estudo sobre o Pré-Matrimônio,
Pós-Matrimônio, Casos Especiais, INAPAF, momentos fortes de oração, animação,
socialização de experiência e eleição da Coordenação.
Sendo a
Família a prioridade em nossa ação evangelizadora, convém destacar a importância dos valores da vida,
sendo que esses estão se perdendo na sociedade. Dificilmente vemos projetos de
vida, e sim contra valores, como exemplo, a última decisão do Supremo Tribunal Federal na liberação do aborto dos fetos com anencefalia. Para
isso é de suma importância todos os movimentos e pastorais. Precisamos ter uma
visão missionária, e não uma visão única. Não devemos olhar somente para os que
estão dentro da igreja e sim olharmos para os que estão fora, sem julgamento e
preconceitos. Demonstrar um olhar misericordioso para os casos especiais. Para
isso precisamos uma pastoral intensa e vigorosa. O Papa João Paulo II promulga
a Exortação Apostólica Familiaris Consortio (1981) sobre “A Missão da Família
Cristã no Mundo de Hoje”. É nela que vamos encontrar uma abordagem motivadora e
atualizada sobre Pastoral Familiar. Afirma que “Amar a família significa
estimar os seus valores e possibilidades, promovendo-os sempre. Amar a família
significa descobrir os perigos e os males que a ameaçam, para poder
superá-los.” É nesse sentido que precisamos ter uma Pastoral que tenha um olhar
de ternura para a família. Há diversos documentos da Igreja que trazem este
olhar desde o Concílio Vaticano II com seus diversos documentos que referencial
a família, as conferências de Santo Domingo, Medelim, Puebla e Aparecida que
recentemente aconteceu aqui no Brasil, chamam atenção para este campo de
evangelização.
A
caminhada da Pastoral Familiar no Brasil teve grandes avanços. Iniciou na
década de 80 e teve diversos marcos. Em 1993 foi lançado o Documento 65 da
coleção CNBB, a Pastoral Familiar no Brasil. Em 1994, a Campanha da
Fraternidade com o lema: “A Família como vai?” Em 1998 o Setor Família
apresentou o Guia de implantação da pastoral familiar na Paróquia. Em 2001
editou a Guia de Preparação para a Vida Matrimonial (Encontro de Noivos). Na 41º Assembleia Geral da CNBB, o Setor
Família e Vida e foram constituídos na atual Comissão Episcopal Pastoral para a
Vida.
Afinal
o que é Pastoral Familiar? É um serviço que se realiza na Igreja e com a
Igreja, de forma organizada e planejada através de agentes específicos, com metodologia
própria, tendo como objetivo apoiar a família a partir da realidade em que se
encontra, para que possa existir e viver dignamente, estabelecer
relacionamentos. A Missão da Pastoral Familiar: É a defesa e promoção das
pessoas em todas as etapas e circunstancias da vida. Alguns Objetivos da Pastoral Familiar:
“Promover, Fortalecer e Evangelizar a Família”. Para isso destacamos as principais ações:
Formar agentes qualificados; Formação de qualidade aos Noivos; Acolher a
realidade familiar; Valorizar o ser humano desde a concepção até a morte
natural; Despertar o sentido missionário; (Diretório da Pastoral Familiar nº
461). “Pastoral é pastorear, animar, cuidar, zelar, acompanhar uma fé que
existe”. A pastoral familiar tem que ter: Engrenagem, desafios e esperança. A
Pastoral Familiar é como o “eixo” das pastorais. Ela é o ponto básico e fundamental,
pois todas as pastorais tem alguma coisa relação com a família, e a Pastoral
Familiar também tem muito afinidade com as outras pastorais. Muitas vezes precisamos
renunciar nosso projeto e seguir o projeto de Deus. A pastoral familiar poderá contribuir
para que a família
seja reconhecida e vivida como lugar de realização humana, a mais intensa possível na
experiência de paternidade, de maternidade e filiação e de educação contínua da
fé. (Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora nº 108). A Pastoral Familiar
trata de relacionamentos próximos: da pessoa e de Deus. Como estratégia de
trabalho, temos o pré matrimonio, pois precisa abordar o ser humano desde a gestação,
perpassando a primeira infância, adolescência, namoro, noivado, dia do
casamento e encaminhar para o pós-matrimônio, acompanhamento da formação da
nova família que gera engajamento de novas lideranças, encontros para oração,
partilha de vida, experiências, etc. E
também para assistir as famílias desprovidas de uma estrutura fortalecida onde
temos os casos especiais. Pois em primeiro lugar devemos seguir as ações de
Jesus, na acolhida a todos, sem discriminação e preconceitos, amar sem
julgamentos e orientar para a vida em comunidade.
Fruto do trabalho realizado com famílias nasce o Instituto Nacional da Pastoral
Familiar – INAPAF, sua natureza é a formação de agentes para trabalhar as
diferentes realidades familiares. Com sede em Brasília-DF, é uma escola criada
para promover a formação geral de agentes para a Pastoral Familiar e para
outras Pastorais, o Ensino Religioso e demais campos de evangelização. Promove
também a vivência de valores humanos e cristãos em família e em sociedade.
Oferece um curso em 3 fases com 8 módulos cada uma. Na primeira trata sobre
relacionamento humano e evangelização, fundamentais para a pessoa e sua
aplicação na atividade Pastoral e em outros campos missionários. Esses temas
ajudam a pessoa a organizar e implementar a ação pastoral. Na segunda fase os valores humanos e
evangélicos nos relacionamentos próximos e sobre a educação para a
vida familiar, comunitária e social - ampliam e aprofundam os temas da fase
anterior, Propõem a vivência em família e comunitária dos valores cristãos,
essenciais para uma vida de comunhão e partilha. E por fim os elementos
essenciais para os relacionamentos interpessoais na família e na comunidade,
para a educação da afetividade e articulações interpastorais. Todos esses
serviços à família estão baseados nos valores evangélicos.
Por
fim, a família é uma preciosidade grande que precisa ser cuidada, amada e
valorizada. Se esta célula social estiver bem, todo seu conjunto vai bem. Como
Igreja cada um de nós pode fazer parte deste projeto tão belo e perfeito que e
o REINO DE DEUS. Ele conta com você.
Cleusa Furtado de Sousa e Edson
Sidinei Hübner
Secretaria Diocesana da Pastoral da
Família – Diocese de Caçador.